Se o amor pudesse ser
desenhado, certamente eu desenharia meus filhos. Toda mãe tem uma missão, mas
missão maior têm os filhos: a de nos ensinar a ser mãe.
Hoje, por mais que eu me
esforce, não vou conseguir organizar as palavras, talvez elas se acomodem
naturalmente, talvez sem lógica, apenas carregadas de muitos sentimentos.
Nunca tive medo de
enfrentar a rotina com o José. Aliás, muitas vezes fui ousada, movida por um
sentimento de expectativas de vê-lo progredir. Lembro-me que uma vez,
enquanto eu dava papinha para ele, minha cunhada disse que se fosse seu
filho, talvez ainda estivesse se alimentando por sonda. Até então não tinha me
dado conta do movimento em torno disso: comidinha carinhosamente preparada,
liquidificada no ponto ideal e dada com o bico! Meio vidrinho de papinha durava
mais de uma hora, e só chegou aos 5 kg aos 8 meses e só conseguiu tomar 80
ml de leite aos 9 meses, e a cada situação, muito choro e grande alegria. Lembro do esboço do primeiro sorriso,
de quando levou o bico na boca e de atender ao primeiro comando: "bate o
pé José", dobrando a risada dentro da banheira.
Coisas tão simples, mas
que não sabíamos se o nosso pequeno seria capaz de fazer.
Hoje, ao saber que o céu
ganhou mais uma estrela, porque um amiguinho do José partiu para o colo do Pai,
meu chão sumiu... pois sua mãe não poderá mais desfrutar de sua presença e não
testemunhará seus progressos.
Um ano e nove meses de
um amor incondicional de sua mãe. Cuidados intensos, tendo que dividir seu amor
e atenção com os outros dois filhos, também pequenos. Oramos a cada crise
e agradecemos a cada vitória e superação, mais de 100 dias a última
internação.
E você, o que você fez
nesses últimos 100 dias? Fez planos para o futuro? Reclamou de seu trabalho?
Reclamou do seu salário? Queixou-se de Deus porque Ele te abandonou? Falou mal
de alguém?
Ainda que eu tenha
noites difíceis e superações diárias, sou grata a Deus por ter o José ao meu
lado e poder viver tudo isso... Não me incomoda seu choro de desconforto, pois é
nele que busco forças para confortá-lo. São suas dificuldades e limitações que
me trazem energia para ajudá-lo. É sua missão de filho, que me ensina a ser
mãe. Li em algum lugar: "E
na maternidade, que recebi de presente, sem merecer, aprendo todos os dias um
pouco mais sobre o amor..."
Texto lindo, tocou meu coração de mãe!
ResponderExcluirLindo obrigado pelo seu carinho.... o docinho partiu mas deixou pessoas especiais aki , que foi através dele que nós conhecemos...juiz no <3
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