Não sou
cego, mas nem sempre consigo ver. Não sou surdo, mas nem sempre consigo ouvir.
Não estou preso, mas é difícil sentir-me livre... imagina ser como eu sou.
Quando
ouvi a letra dessa música, fiquei pensando quantas vezes somos deficientes,
quantas vezes agimos de forma limitada, preferindo não ver e não ouvir. Quantas
vezes nos sentimos presos a situações que nos causam desconforto e sofrimento.
A
diferença é que esta deficiência nos impede de ir além, enquanto que para
um cego, um surdo ou um cadeirante, suas limitações servem como alavancas
para alçarem voos mais altos.
Diante de
tantos obstáculos, tenho me sentido deficiente, ineficiente, incompetente. Não
encontro às respostas que procuro, nem o apoio de que ás vezes necessito. Há
uma ENORME falha no sistema, em todos os sentidos.
Uma
pessoa que NECESSITA DE CUIDADOS ESPECIAIS não consegue um cuidador, não
consegue um benefício, não consegue acessibilidade, não consegue um exame, um
passe livre, uma escola onde a inclusão de fato aconteça, sem antes provar, em
meio há MUITA burocracia, que ela realmente precisa, e ainda assim, às vezes
não consegue. Fica sujeita a dados, índices, números, avaliações... fica
sujeita a perder tratamentos, consultas e exames, ainda que
essas pessoas sejam mais frágeis e fiquem mais expostas, ainda assim precisam
seguir o protocolo, ser mais um número para o sistema.
Enquanto
isso, em Brasília...
Se este
fosse um status de rede social, seria assim: se sentindo triste, revoltada,
chateada, incomodada, irritada... :(
nossa Janaina, ainda bem que existem pessoas como você que conseguem colocar no papel sentimentos muitas vezes inexplicáveis, pois ficamos com esta dor e magoa dentro de nos e isso com certeza tambem nos faz muito mal. obrigada
ResponderExcluirVerdade Paula...É uma dor mesmo. Queremos tantas coisas para os nossos filhos e ficamos presos à uma burocracia sem fim, sem sentido, num país de tantas injustiças sociais, de valores distorcidos.
ResponderExcluirCabe a nós continuar LUTANDO!!! Beijos, Jana