Flávia era uma mulher tranquila, e encarava os desafios de sua vida de
forma muito positiva. Ela acreditava que "tudo passa", mas que é
preciso alguns ingredientes para administrar certos conflitos, além de
maturidade e bom humor. Ela não entendia como as pessoas atribuíam tanto valor
há certas coisas, que poderiam ser mais "leves" e às vezes usam pesos e medidas
equivocados que deixam a balança da vida desequilibrada.
Um dos ingredientes que Flávia costumava usar para temperar sua vida é a
felicidade.
Felicidade: característica ou condição de feliz;
sensação real de satisfação plena; estado de contentamento; satisfação. Estado
de quem se encontra afortunado; com sorte. Circunstância ou situação que
demonstra sucesso, êxito: felicidade na realização de um projeto.
E diante de tantas definições, percebia que a "medida" que nos
deixa ou nos faz feliz não é a mesma. Para alguns um pouco mais (ou muito mais),
para ela um pouco menos.
Acreditava que a felicidade provém de inúmeras e pequenas atitudes e
decisões acertadas, e a preocupação com o bem-estar do outro é uma das mais
importantes atitudes para a felicidade. Deixar o egoísmo de lado e buscar
satisfazer as necessidades do outro acima das suas, tratar o outro como
gostaríamos de ser tratado, fazer o bem, ser correto no agir, no falar e no
pensar, colocar-se no lugar do outro sempre que tiver dúvida sobre o impacto de
uma palavra ou decisão, e uma infinita lista de outras pequenas coisas resulta
em felicidade.
Mas o que a atormentava nos últimos dias era: O que faz você feliz,
também faz alguém feliz?
E quando não conseguia deixar os outros felizes, quando não conseguia
promover todas essas sensações de bem estar naqueles que ela queria bem? Quando
não conseguia superar as expectativas dos outros? E quando não era capaz disso?
Que responsabilidade enorme fazer o outro feliz, mas responsabilidade
maior ainda não conseguir.
Então Flávia pedia: "Querida Felicidade, já que estás dentro de
mim, e sei que estás, me permita transbordá-la, ou até me esvazie, e faça
feliz a todos quem eu quero bem."
Ela achava que a felicidade não é algo que se conquista de uma hora para
outra, por isso, sempre era feliz e grata agora com o que tem, ainda que para
algumas pessoas pareça contentar-se com pouco.