Eu costumo ter uns insights na madrugada. Quando alguns pensamentos insistem em me visitar, eu geralmente acordo, e faço algumas anotações. Sim, eu faço isso.
Ontem eu fui dormir incomodada com uma situação na qual eu não tenho controle algum. E eu confesso que ainda não tenho maturidade emocional para lhe dar com algumas coisas, especialmente aquelas que, claro, eu não tenho controle.
Sempre que isso acontece eu procuro esvaziar a minha mente. Faço uma meditação, respiro fundo, ouço uma boa música e peço um "sinal" - normalmente vem pra mim através de um sonho ou insight - Mas, não! Isso não acontece sempre. Quem me dera.
Enfim...acordei ainda desconfortável, apesar de ter tido o tal insight. Eu acordei, na verdade, irritada. Fiquei duas horas sentada na cozinha pensando onde eu ia acomodar as coisas da minha mente barulhenta. Duas horas!
Então eu pensei: como fazer algo ser "transforma(dor)"? Eu precisava pegar algo que estava doendo e transformar em algo que me preenchesse de um novo significado.
Daí eu fiz o exercício do meu insight: Pensei no meu "problema". Ele é passageiro? O que eu preciso resolver, tem solução? Depende de recursos internos ou externos?
Depois pensei numa situação que não tem o que fazer! Pensei numa CONDIÇÃO (uma doença ou deficiência) algo que não depende de mim. O que eu escolho fazer com o meu "problema"? Como eu escolho viver a minha vida?
Foi aí que eu resolvi terminar algo que eu havia começado. Terminei de pintar a minha casinha (ainda faltava uma parede). E quando eu terminei vi que as janelas estavam sujas, não combinavam com aquele cheirinho de tinta fresca. Peguei um balde com água e detergente, e um pano, e fui limpando as janelas, não os vidros, as janelas.
Minha vizinha passou em frente a minha casa e gentilmente me perguntou: faxinando? Eu respondi: Não, na verdade estou esvaziando a minha mente.
Me dei conta que eu estava "limpando" os meus pensamentos e sentimentos, e fui organizando as minhas ideias, acalmando o meu coração.
Recentemente li um livro - Obrigado pelo Feedback - onde diz que pesquisas sugerem uma fórmula 50–40–10 para a felicidade. Aproximadamente 50% da nossa felicidade é “conectada” em nós mesmos. Os outros 40% são atribuídos a como interpretamos e respondemos às situações que acontecem com a gente e 10% é relacionado às circunstâncias (onde moramos, com quem, nossa saúde e etc.). Ou seja, tem muito espaço para aproveitar os mágicos 40% que estão sob nosso controle. E isso pode ser transforma(dor).
E, claro, encerrei o dia com uma playlist do verão de 1989 ( A-Ha, Roxette, Donna Summer, Pet Shop Boys, Erasure...e muitos suspiros).